Sim! Até o momento, o principal método de prevenção da queda de cabelos induzida pela quimioterapia é o resfriamento do couro cabeludo durante as sessões de quimioterapia. Um método seguro, estudado há mais de 30 anos e aprovado em diversos países, inclusive no Brasil.
Diferentes equipamentos estão disponíveis no Brasil para o resfriamento do couro cabeludo durante a quimioterapia: toucas de criogel (Elastogel), máquina Paxman Orbis e Sistema Capelli.
Com o frio, ocorre a redução do fluxo sanguíneo no couro cabeludo, com menor chegada do quimioterápico no pelo e menor absorção da droga pelas células do folículo piloso. Assim, parte dos pelos é protegida dos efeitos danosos do quimioterápico e consegue-se reduzir a queda dos cabelos. Em geral, quando cai mais da metade dos cabelos, é preciso um método de disfarce, peruca ou lenço.
É animador que cerca de metade das mulheres com câncer de mama percam menos de 50% dos cabelos com a técnica. Porém, o resfriamento do couro cabeludo não é eficaz na preservação dos cabelos em todos os usuários.
Os resultados variam de acordo com o tipo de quimioterápico, combinação, dose, aplicação adequada da touca na cabeça, características do paciente, entre outros fatores. Esquemas com taxanos costumam mostrar mais sucesso.
Outro aspecto importante é que não é todo paciente que pode fazer o procedimento. Contraindica-se em tumores hematológicos (leucemia e linfoma) e doenças agravadas ou desencadeadas pelo frio. Pacientes com doença metastática devem avaliar risco x benefício do uso do resfriamento do couro cabeludo com seu médico.
Portanto, converse com o oncologista se o resfriamento do couro cabeludo serve para o seu caso. O dermatologista poderá ser consultado para orientações e cuidados com os cabelos durante o processo.
Giselle Barros e Adriana Mendes
Fonte JAMA 2017; 317 (6): 596-605; Clin Breast Cancer 2018; 18(1): 19-28
Foto lifescienceindustrynews.com

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