Na gravidez, algumas alterações podem surgir na pele e regredir após o parto, como uma linha mais escurecida no abdome, o aumento da pigmentação das aréolas mamárias e da região genital, entre outras, a que chamamos de alterações na pele fisiológicas da gravidez.
Os nevos, popularmente chamados de “pintas”, também podem sofrer mudanças na gravidez. Em geral, essas alterações costumam ser benignas e mais frequentes no abdome e nas mamas, em decorrência do estiramento da pele com a gestação.
O autoexame da pele e das “pintas” é fundamental em qualquer momento da vida, não sendo diferente no período gestacional. A regra clássica do ABCDE deve ser lembrada, em que A = assimetria; B = borda irregular; C = cores diferentes na mesma “pinta”; D = diâmetro > 6mm; E = evolução, onde se vê mudança na “pinta” ao longo do tempo ou uma “pinta” nova. Caso alguma “pinta” chame atenção no ABCDE, a consulta com o dermatologista precisa ser realizada prontamente para que se afaste a presença do melanoma, um câncer de pele agressivo.
Pacientes com múltiplos nevos atípicos podem ter alterações malignas nos nevos durante a gestação. Nesses casos, o seguimento dermatológico deve ser feito desde o início da gestação, no meio e ao fim do processo. A retirada cirúrgica das lesões suspeitas de malignidade precisa ser realizada logo! É um procedimento seguro para a mãe e para o bebê, sob anestesia local com lidocaína. Não se pode esperar o bebê nascer para tirar uma “pinta” com “cara ruim”!
Ainda existe controvérsia sobre a possibilidade de o melanoma na gravidez ser mais agressivo. Acredita-se que fatores hormonais, imunológicos, a maior formação de vasos linfáticos e o diagnóstico e o tratamento atrasados durante a gestação estejam implicados num cenário mais desfavorável. Quando se fala em melanoma, o diagnóstico precoce é um divisor de águas para a cura, assim como em diversos tipos de câncer.
Por isso, gravidinhas, façam o controle de suas “pintas” com o dermatologista. O bebê vira o foco na gravidez, mas o autocuidado não pode ser deixado de lado.
Fontes: J Am Acad Dermatol 2016; 75:661-6.; J Am Acad Dermatol 2016;75: 669-78; Melanoma Manag 2020; 7(3): MMT48
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