Quem acompanha pacientes em tratamento para o câncer com rash cutâneo precisa fazer uma anamnese detalhada, com questionamento (por vezes bem insistente!) sobre outras medicações em uso nos últimos meses, que possam ter relação temporal com o início dos sintomas cutâneos do momento - mesmo que seja uma vitamina, um chá ou uma cápsula “natural” ou “à base de plantas”.
Como o rash é comum a vários medicamentos oncológicos, por exemplo, imunoterapia e terapia-alvo, é frequente, intempestivamente, darmos o diagnóstico de reação a ele, com sua interrupção ou suspensão, para melhora do rash.
Porém, em alguns casos, a erupção cutânea pode não ter nada a ver com o tratamento do câncer em si, mas sim com alguma outra medicação introduzida recentemente pelo paciente. Analgésicos, anti-inflamatórios, antibióticos, anticonvulsivantes, drogas psiquiátricas, entre outras, podem causar vermelhidão na pele e coceira em pessoas sensíveis àquela medicação.
Por isso, lembramos essa charada! O que tem orelha de porco, rabo de porco, e pé de porco pode não ser um porco (o medicamento do tratamento do câncer), mas uma feijoada (outro medicamento usado pelo paciente)!
Fiquem atentos e contem com um dermatologista para apoio nesses casos.
Giselle Barros e Adriana Mendes
Fotos: Google
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