A Síndrome mão-pé (SMP) é caracterizada pela vermelhidão bem demarcada nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, que pode ser acompanhada por dor. Em casos mais graves, há formação de bolhas e descamação, com desconforto mais intenso e limitação da qualidade de vida do paciente.
Os quimioterápicos mais relacionados à SMP são: capecitabina, 5-fluouracil, doxorrubicina lipossomal, citarabina e taxanos.
O mecanismo pelo qual ocorre esse evento adverso não é claro e pode variar entre os agentes. Provavelmente, esses medicamentos são eliminados pelas glândulas sudoríparas e causam toxicidade na pele e inflamação.
Outras áreas do corpo onde ocorre fricção ou oclusão podem ser afetadas (ao que chamamos eritema tóxico), como axila, virilha, região inframamária e sulco interglúteo.
Algumas medidas podem prevenir o desenvolvimento da SMP ou reduzir sua gravidade:
- passar hidratante nas mãos e nos pés com frequência
- usar calçados confortáveis e reduzir traumatismo ou áreas de pressão nas mãos e nos pés
- resfriar as mãos e os pés durante a administração da quimioterapia (doxorrubicina lipossomal e taxanos) – conversar com a equipe de enfermagem do local de infusão para viabilizar isso
- usar antiinflamatório não hormonal celecoxibe (capecitabina), sob supervisão médica
- usar corticoide oral dexametasona (doxorrubicina lipossomal), sob supervisão médica
- passar corticoide tópico de alta potência nas áreas de vermelhidão, com ou sem oclusão com plástico, sob supervisão médica
Às vezes, as ações acima não são suficientes para o controle da SMP e é necessário reduzir a dose do quimioterápico, aumentar o intervalo de tratamento ou mesmo suspendê-lo.
Giselle Barros e Adriana Mendes
Fonte: An Bras Dermatol 2020; 95 (2): 221-237; livro Dermatologic Principles and Practice in Oncology 2014: p173-174
Foto: arquivo pessoal
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